As infecções respiratórias virais em crianças, com especial atenção à bronquiolite, são uma preocupação comum para pais e cuidadores, especialmente durante os meses mais frios ou em áreas com alta incidência de infecções virais.
Essas condições afetam o sistema respiratório das crianças, podendo variar de leves a graves e requerendo diferentes níveis de intervenção médica, como ocorre com a bronquiolite.
As infecções respiratórias virais são comuns em crianças e podem causar uma variedade de sintomas, desde um simples resfriado até condições mais graves, como bronquiolite e pneumonia.
Dra. Berenice Ferreira
Pediatria geral e Puericultura
CRM: 18.406 MG / RQE: 24571
Dra Berenice é pediatra com grande experiência em tratamento de doenças respiratórias, incluindo Bronquiolite Viral Aguda, Bronquites , Rinossinusites e Asma.

- Dra Berenice é pediatra com experiência de 40 anos na pediatria, em consultório, e atividades em enfermaria pediátrica, prestando assistência para pacientes com várias doenças respiratórias.
- Docente há 20 anos, ministrando aulas teóricas e como preceptora em enfermaria pediátrica na Universidade de Uberaba (UNIUBE)
- Dra Berenice é médica capacitada para um atendimento de excelência desde a consulta pediátrica de pré-natal até a adolescência
Formação
- Formada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 1983 (UFTM)
- Residência Médica em Pediatria no Instituto Santa Lydia em Ribeirão Preto /SP.
- Título de especialista em pediatria / RQE: 24571
- Sócia da Sociedade Brasileira de Pediatria
- Preceptora de pediatria do curso de Medicina da Universidade de Uberaba
- Membro da Sociedade Regional de Pediatria do Vale do Rio Grande / SMP
Alguns comentários sobre a dra. Berenice Ferreira:






Principais Infecções respiratórias
Essas infecções são causadas principalmente por vírus que afetam o sistema respiratório, incluindo o nariz, a garganta, os brônquios e os pulmões.
Neste texto, vamos explorar algumas das principais infecções respiratórias virais em crianças e como elas podem ser tratadas e prevenidas:
1- Infecção pelo Vírus sincicial respiratório (VSR):
Um dos vírus mais comuns que causa infecções respiratórias em crianças. Este vírus é responsável por uma série de doenças respiratórias, incluindo bronquiolite e pneumonia, especialmente em lactentes e crianças pequenas.
Os sintomas das infecções respiratórias pelo VSR incluem:
- Febre baixa ou moderada.
- Coriza, espirros e obstrução nasal
- Tosse que inicialmente pode ser seca e depois ficar produtiva
- Dificuldade para respirar e chiado no peito.
- Em alguns casos, a infecção pelo vírus sincicial respiratório pode levar a complicações graves, como pneumonia e obstrução das vias aéreas inferiores, que chamamos de bronquiolite, sendo responsável por cerca de 80% dos casos.

Bronquiolite : infecção respiratória viral
A Bronquiolite é uma infecção respiratória viral aguda (BVA) que afeta crianças menores de 2 anos e tem uma maior graviddae em prematuros, bebês de baixo peso, crianças portadores de doenças pulmonares, cardíacas e com imunidade baixa.
Merece destaque devido à sua frequência e potencial impacto na saúde das crianças. É uma das doenças que mais causa internações e mortes no mundo em bebês pequenos.
Ela é mais comum durante os meses do outono e inverno, e a sazonalidade varia de acordo com a região.

A bronquiolite é causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), em até 80% dos casos. Pode ser causada também por outros vírus respiratórios, como o rinovírus ( 5 a 15 %), metapneumovírus, influenza, coronavirus, adenovirus e outros.
A transmissão ocorre através do contato direto com secreções respiratórias infectadas, como gotículas de espirro ou tosse, ou por meio de superfícies contaminadas.
Quais são os sintomas da Bronquiolite?
Os sintomas da bronquiolite geralmente começam de forma leve, assemelhando-se a um resfriado comum, com coriza, congestão nasal, tosse leve e febre baixa, geralmente < de 39 graus, que pode estar ausente em alguns casos.
Após o terceiro dia, com a progressão da doença, surge a fase da tempestade, com piora importante da tosse, pode causar dificuldade ( cansaço ) respiratória, chiado no peito, respiração rápida e superficial e, em casos graves, cianose (coloração azulada da pele devido à falta de oxigênio). Dificuldade para se alimentar e irritabilidade.
Em lactentes pequenos, a bronquiolite pode ser especialmente preocupante devido à sua tendência de causar obstrução das vias aéreas menores, tornando a respiração difícil e potencialmente perigosa, necessitando de atendimento de urgência.
O quadro vai melhorando lentamente em 2 a 3 semanas.
Sinais de Alarme:
- piora da tosse
- Intenso chiado no peito
- dificuldade respiratória / gemência
- taquipnéia ( respiração rápida e superficial)
- irritabilidade extrema, muito choroso
- baixa aceitação alimentar e de ingesta de líquidos
- cianose (coloração azulada dos lábios e pele devido à falta de oxigênio
Na fase da tempestade, preste atenção se seu bebê recusar totalmente a alimentação, estiver muito choroso e irritado.
O sinal mais importante é o cansaço respiratório, com gemência e dificuldade para respirar.
Em bebês menores de 6 meses, a bronquiolite pode ser especialmente preocupante devido à sua tendência de causar obstrução das vias aéreas menores, chamadas de bronquíolos ( origem do nome da doença) tornando a respiração difícil e potencialmente perigosa.
Como diagnósticar a Bronquiolite
O diagnóstico da bronquiolite geralmente é baseado nos sintomas clínicos e no exame físico realizado por um médico.
Testes laboratoriais, como swabs nasais para identificação viral, podem ser realizados em alguns casos para confirmar o diagnóstico, mas não são necessários em todos os casos.
Radiografia de pulmão pode ser necessária se houver suspeita de pneumonia associada à bronquiolite
Bronquiolite, bronquite ou asma?
Bronquiolite: é uma inflamação por vírus das vias aéreas inferiores mais estreitas, devido a uma infecção viral causando sibilos/ chiados e algum grau de desconforto respiratório. é chamada de bronquiolite quando esse quadro ocorre pela primeira vez.
Bronquite ou traqueobronquite: também é uma infamação nas vias aéreas inferiores causada por vírus ou bactérias, sem muito comprometimento dos bronquíolos, sem apresentar desconforto respiratório ou muito pequeno.
Asma : doença inflamatória crônica, na maioria de origem genética, em que ocorre vários episódios de chiado, quando não tratada adequadamente.
Como tratar Bronquiolite?
O tratamento da bronquiolite é principalmente de suporte e inclui medidas para aliviar os sintomas:
- Hidratação adequada
- Lavagem nasal e inalação com soro fisiológico
- Uso de umidificadores de ar para aliviar a congestão nasal
- Antitérmicos se febre
- Fisioterapia respiratória nos casos moderados e graves.
- Administração de oxigênio em casos de dificuldade respiratória grave.
Nos quadros leves o tratamento é domiciliar:
- Antitérmicos para amenizar os sintomas da febre.
- Lavagem nasal com soro fisiológico em baixos volumes e aspiração suave se necessário, para proporcionar conforto para respirar.
- Hidratação adequada,
- Uso de umidificadores de ar para aliviar a congestão nasal
- Alimentação em menores volumes e com maior frequência. Fazer a limpeza nasal antes da alimentação.
Nos quadros de maior gravidade, com dificuldade respiratória , tratamento hospitalar e avaliação da necessidade de administração de oxigênio em casos de dificuldade respiratória grave e fisioterapia respiratória.
Quais as complicações da Bronquiolite?
Embora a maioria dos casos de bronquiolite seja leve e autolimitada, alguns lactentes e crianças podem desenvolver complicações mais graves que requerem hospitalização. Estas podem incluir:
- Pneumonia viral secundária,
- Desidratação devido a dificuldade para alimentar-se e ingerir líquidos
- Exacerbação da dificuldade respiratória e necessidade de suporte respiratório, como oxigenoterapia ou internação em UTI para ventilação mecânica.

Como prevenir Bronquilite?
A prevenção da bronquiolite é difícil devido à sua natureza altamente contagiosa:
1-Medidas de higiene como lavagem frequente das mãos, evitar contato próximo com pessoas doentes e manter lactentes e crianças afastadas de ambientes muito cheios durante os surtos podem ajudar a reduzir o risco de infecção.
2-Vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) licenciada recentemente pela ANVISA (Agência nacional de Vigilância Sanitária). Deve ser aplicada nas gestantes a partir do segundo ou terceiro trimestre da gestação (preferencialmente entre 32 a 36 semanas de gestação sendo que a vacina está licenciada a partir de 24 semanas de idade gestacional), para prevenção da infecção nos seus bebês. Os anticorpos passam através da placenta para a corrente sanguínea de seus bebês, ocorrendo a proteção contra esse vírus.
3-Anticorpos monoclonais : previne formas graves de infecções pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em bebês.
- Palavizumabe
Deve ser aplicado intramuscular, mensalmente durante o período de sazonalidade do VSR, conforme tabela acima. Ela está indicada para bebês de risco e está disponível no SUS e na rede privada , com critérios diferenciados.
- Nirsevimabe: anticorpo específico contra o VSR- chamado de imunização passiva.
1-Recém-nascidos e bebês com até 12 meses entrando ou durante sua primeira temporada do VSR.
2-Crianças de até 24 meses de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo VSR até a sua segunda temporada do VSR, que pode incluir, mas não se limita a crianças com:
- Doença pulmonar crônica da prematuridade (DPC).
- Doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa (DCC).
- Imunocomprometidos.
- Síndrome de Down.
- Fibrose cística.
- Doença neuromuscular.
- Anomalias congênitas das vias aéreas.
É importante monitorar de perto os sintomas da criança e procurar atendimento médico se houver sinais de dificuldade respiratória, como respiração rápida e superficial, chiado no peito persistente, gemência ou cianose.
Além disso, seguir as orientações do médico quanto ao tratamento e cuidados em casa, como manter a criança hidratada, garantir repouso adequado e administrar medicamentos conforme prescrito, pode ajudar a facilitar a recuperação e evitar complicações.
2- Infecção pelo Rinovírus:
Vírus comum que causa infecções respiratórias em crianças e é responsável por muitos casos de resfriado comum.
Os sintomas das infecções pelo rinovírus incluem:
- Febre baixa
- Coriza, espirros e congestão / obstrução nasal
- Tosse
- Dor de garganta
Embora o rinovírus geralmente cause sintomas leves e autolimitados, em algumas crianças pode levar a complicações, como sinusite ou infecções do ouvido médio.
3- Outros vírus respiratórios comuns
Incluem o vírus da gripe (influenza), o vírus parainfluenza, o adenovírus e o metapneumovírus humano.
Cada um desses vírus pode causar uma variedade de sintomas respiratórios:
- febre
- tosse
- congestão nasal,
- dor de garganta
- dificuldade para respirar.

Tratamento das infecções respiratórias virais:
O tratamento das infecções respiratórias virais em crianças geralmente envolve medidas de suporte para aliviar os sintomas.
Repouso, hidratação adequada e administração de medicamentos para febre e dor, conforme indicado pelo médico.
A hospitalização para monitoramento e tratamento adicionais, em alguns casos pode ser necessária especialmente quando a infecção leva a complicações respiratórias graves.

Prevenindo infecções respiratórias virais.
Prevenir infecções respiratórias virais em crianças é desafiador, mas há algumas medidas que os pais e cuidadores podem tomar para reduzir o risco de infecção.
- Lavar as mãos com frequência,
- Evitar contato próximo com pessoas doentes
- Manter as crianças afastadas de ambientes com aglomerações durante surtos de doenças respiratórias
- Incentivar práticas saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos.
- Manter o cartão de vacina em dia, principalmente para as vacinas contra vírus respiratórios e bactérias que causam pneumonias.
As infecções respiratórias virais são comuns em crianças e podem variar de leves a graves. É importante estar ciente dos sintomas dessas infecções e procurar atendimento médico para acompanhamento da saúde respiratória da criança.
Com cuidados adequados e prevenção, é possível ajudar as crianças a enfrentar essas infecções de forma eficaz e com completa recuperação.
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